Doi-me pensar que ficam
Palavras atravessadas na minha boca;
Presas ao silêncio do meu corpo
E à cor escura dos meus olhos.
Escondem-se sons
Entre a minha alma e o meu corpo;
Unem-se mãos cinzeladas
Mordem-se lábios de secretismo.
Na verdade nunca fui
Mais além do que um sonho;
Nem voei entre ideias dispersas
Para me sentir assim, inócuo .
Doi-me pensar que ficam
Palavras por recriar, eternas memórias.
E uma melancolia na hora
Do adeus leal mas incerto.
É chegada a hora de fechar o livro do pensamento;
E deixar que a poesia ganhe novamente asas
E voe até junto dos vossos corações...
Jean Herbert J&H
"É chegada a hora de fechar o livro do pensamento; " Na verdade o que se irá fechar serão as palavras neste meu e vosso espaço.
Assim encerro um capítulo da minha história com as palavras, da minha cúmplicidade com o papel, do meu romance com os que por aqui passam.
Foi um ano e cinco meses de muita alegria e alguma tristeza, de amor e ódio, de paixão e solidão. O meu primeiro livro está completo e assim me despeço de todos vós que partilharam cada palavra, cada sentimento, com a humildade que é comum na poesia.
É um até já ou um adeus, ficará a incerteza, pois no poeta manda a poesia e na poesia mandam as palavras.
Do vosso amigo;
Jean Herbert 04/2005 - 09/2006