Total Pageviews

Monday, August 28, 2006

Placere















Nesta cama vazia de sentimentos
existes no cheiro dos lençois
nos suores das almofadas;

A tua pele ainda percorre
a seda do vestido que abandonaste
pelo chão húmido dos nossos fluídos,
das nossas bocas que se mordiam.

No ar ainda flutuam
aromas de um incenso afrodisíaco.
Nas paredes as tuas mãos
confessaram as noites que nos possuímos.

A porta entre entreaberta
uma parte do ceú à espreita
um dia enevoado da nossa
anelante respiração.

A sombra da tua silhueta
o grito da tua alma nas minhas mãos
A marca das tuas unhas
que desenharam no meu corpo a tua intensidade.

E o dia caiu sob o peso
do nosso último e mordaz orgasmo.
Um delíquio em dois corpos
vencidos pela húmida paixão .



Jean Herbert J&H

Friday, August 25, 2006

Canto













Nesta manhã soalheira
em que ainda estavas
em outras Primaveras;
Um Anjo com a sua seta
expulsou-me do Paraíso.

Fui eu que assim me quis
doente e imundo;
Sangrando e implorando
a sede dos teus lábios
a tua garganta seca .

E a voz que soa
na sua imensa rouquidão;
Crava espinhos na tua mão
amachuca as palavras e rasga
as letras do perdão.

Tu, somente tu sabias
construir castelos na areia
Rir com a espuma das ondas
saborear a maresia...

Eu não !!

Eu...
Fechei as portas! Tranquei as janelas;
Pois assim quis;
Que a Primavera não trouxesse
o cheiro da loucura dos loucos
que abandonam um amor com medo de amar.

Jean Herbert J&H

Thursday, August 17, 2006

O que tenho para te dizer













Tu és a noite iluminada
és os passos que dou
As palavras que soletro
a música que oiço.

Eu sou a paz da tua alma
O silêncio e a culpa
Sou o lago sereno
que te invade por dentro.

Oh... Amor, deixa-me que te diga
Que tu és o que eu chamo
de fina flôr do dia
És o momento dos meus momentos.

Amor deixa que te fale
baixinho ao ouvido as confissões
que o meu peito esconde.

Eu sou o peregrino
na realidade dos meus sonhos
Sou a metade que não procuras
o inimigo da tua teimosia.

Amor...
Sinto que tu és
o motivo, o acto e o facto...

E eu que te chamo
sinto que me falta a coragem
pois se te vejo deixo de respirar..

E nós somos amor
o que nunca fomos
e nem seremos ;

Escravos do nosso amor ...

Jean Herbert J&H

Wednesday, August 16, 2006

Não sei





Não sei se me culpo
desta agonia constante

Ou se mato o sentimento
de querer e não poder

Não sei se o rio irá
mudar o seu curso

Ou se remo em vão
no barco de sonho e ilusão

Não digo que não quero...

Ou se querendo mordo os
lábios de revolta

Não sei se o momento é propício
se é lícito cortar o meu pescoço

Deixar marcas na minha mão ...

Não sei se morro pela poesia
ou me condeno por esta paixão.

Jean Herbert J&H

Sunday, August 13, 2006

Beijo



O beijo que te pedi
pedindo pecado amor;
recusaste-o matando teus
lábios em outros lábios.

Quem te escolheu
para seres dona desses lábios
Onde mora o silêncio e a paixão?
Quem te fez dona da razão ?

Se as tuas palavras
forem guiadas pelo vento
não haverá segredos
pela tarde tardia.

Foi o beijo que te pedi amor
que imaginaste ser um adeus
Foi esse beijo amor
que a metade da tua boca

... recusou.


Jean Herbert J&H

Thursday, August 03, 2006

Poema a uma viúva ...

















Quando eu cair no esquecimento amor
quero que reúnas todas as minhas cinzas
e alimentes o mar com elas.

Quando as minhas palpebras eternamente
se unirem amor, quero que cantes
a mais linda canção que souberes.

Não irás verter uma lágrima
sobre o meu féretro meu bem
proíbo-te de marcares o meu adeus com o teu sal.


Nem o pó dos pés calejados quero sentir
quando me acompanharem ao cáspio;
Pelo lento caminhar, quero sentir as palmas eclodirem.

Quando eu morrer amor deixarei a herança
em teu coraçao para que os nossos rebentos
saibam que vos amei até ao último suspiro.



Jean Herbert J&H