Nesta cama vazia de sentimentos
existes no cheiro dos lençois
nos suores das almofadas;
A tua pele ainda percorre
a seda do vestido que abandonaste
pelo chão húmido dos nossos fluídos,
das nossas bocas que se mordiam.
No ar ainda flutuam
aromas de um incenso afrodisíaco.
Nas paredes as tuas mãos
confessaram as noites que nos possuímos.
A porta entre entreaberta
uma parte do ceú à espreita
um dia enevoado da nossa
anelante respiração.
A sombra da tua silhueta
o grito da tua alma nas minhas mãos
A marca das tuas unhas
que desenharam no meu corpo a tua intensidade.
E o dia caiu sob o peso
do nosso último e mordaz orgasmo.
Um delíquio em dois corpos
vencidos pela húmida paixão .
Jean Herbert J&H