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Friday, December 22, 2006


















A tua boca mata-me a sede
De morder os gomos da tua pele
Saciar-me do mel
Dos teus aveludados seios.

Em cada toque
Arrepia-te a alma
E levas nos teus gemidos
Um voraz jogo de sentidos.

Quando cruzamos este olhar
Nasce uma vida em nós;
Mesmo sabendo que não há eternidade
Lutamos com a mesma tenacidade.

E quando te sinto anelante
Deixo-me repousar em teus braços;
Em ti ganho vida
E por nós deixo acesa uma saída

A que nos leve de amor em amor
Até à uma última porta;
O renascer de uma nova vida.


Poeta de Rua J&H


Nota do autor: Hoje em dia não acreditamos no eterno, e na primeira adversidade, a solução é pôr fim ao que existe. Facilmente se esquecem os bons momentos, mesmo não sendo eterna a vida, há sempre uma saída possível para qualquer problema, quando o amor está prestes a morrer em vós, saibam procurar a tal saída, que faça renascer novamente o vosso amor. Sejam felizes :)

Wednesday, December 20, 2006
















Diz-me que amanhã
Ainda te verei.
Está tanto frio lá fora
Que ameaça gelar o sangue
Que te corre nas veias.

Só te queria por perto;
Porque se escreves o adeus
Nas tuas mãos
Escreves em mim um futuro
Ainda mais incerto.

Mente que ainda me amas
Prefiro a doce mentira
Do que a amarga
Verdade que de mim te tira.

Diz-me onde te encontro
Se nem o mapa do teu corpo
Eu tenho;
Nem a bússola que me guie
Rumo à tua voz.

Está tanto frio
Quero abrir os olhos e ver-te
Sorrir e abraçar-te
Promete-me que serás forte
Está tanto frio amor
Acho que é a morte.


Poeta de Rua J&H

Tuesday, December 19, 2006






Novos momentos

Todos ilusórios;

Uma agressiva sonata

Onde a saudade mata.

No rosto o vento ensina




Que a hora mais lúgubre

Ainda não nasceu;

Tenhamos esperança

Abjuremos esse tal medo;

Deixemos esse nó que não ata

Onde a saudade mata .



Poeta de Rua J&H

Saturday, December 16, 2006


















Sou louco por acreditar
Que te respiro
E pouco a pouco
Te alcanço
Louco.

Vivo do lado oposto
Da sanidade
Numa casa vulgar
Há tantas na cidade.

Um Homem muito doente
Disse no adeus
Que a mentira em que viveu
O mundo não o saberia entender
Se nem ele próprio aceita que
Há muito já morreu.

Ninguém me entende
Que loucura mais irascível
Mas por te querer é pouco
O que respiro
Prefiro ser louco
Louco...


Poeta de Rua J&H

Thursday, December 14, 2006
















Somos apócrifos
Vendedores de sonhos
Castrados na fé de sermos
Parte ou todo
Do nada.

Deixemos a plebe
Criar a sua própria revolta
Que um dia lançaremos
Das nossas bocas
O sangue amargo que bebemos.

Somos apócrifos
Vendedores de promessas
Que em cada braço há de surgir
A fome escondida.


Tenhamos paciência
Que na hora certa
Não haverá certezas
Da nossa consciência.


Poeta de Rua J&H

Sunday, December 10, 2006

















Acenderam-se as luzes
Iluminaram-se as ruas de mil cores
As pessoas se apressam entre a multidão
Todos se misturam ninguém se conhece

O destino que os une é o mesmo
Apesar do frio cortante
É necessário a pressa, a correria
Há prendas que não podem aguardar outro dia.

Afinal é Natal
Que importa que nas ruas iluminadas
Sucumbam Homens, Mulheres e Crianças
Se as nossas alegrias são as poupanças do ano
Embora o orfão chore de fome ao colo do seu mano

É natal
Todos se alegram e cantam as mais lindas melodias
Um Homem de seu nome Dércio
Pede esmola para a fome dos seus dias
Ninguém se importa há festa e luzes na Praça do Comércio.

A familia unida atravessa o País
De norte a sul há encontros almejados.
Mas que dizer ao povo iraquiano
Quando são bombardeados?

Por todo o país
Se aprecia as mais lindas montras;
E passando pela rua Augusta até se ouve a Amália;
Mas e o natal de milhões de crianças
Na Somália ?

Ainda que eu perca todo o encanto
De não sentir do mesmo modo
Ainda que me abraçe a mim mesmo
E não seja compreendido

Ainda assim acredito na Humanidade
Ainda assim acredito que um dia
Em cada um de nós aconteça o verdeiro natal
Aquele em que se dispa de tudo que é material.

Feliz Natal.

Poeta de Rua J&H





Saturday, December 09, 2006















Tenho medo que o nosso amor
Fuja nas tuas mãos como a areia fina
Se esconda em ti como o vento atrás das dunas

Tenho medo
Que percamos o trilho do regresso
E fiquemos à deriva procurando nos encontrar

Tenho medo que o nosso sorriso
Se esqueça de acontecer
Como sol por detrás do céu que ameaça chover

Tenho medo que não beijemos mais
Que os Deuses nos roguem uma praga
Em que as nossas duas bocas não sejam uma jamais

Tenho medo que tu não me saibas chamar
Que apagues o meu nome em ti
Como as flores que desabrocham em silêncio

Tenho medo de morrer
Porque não serei eu na hora triste
Que te irá limpar a face

Tenho medo de ti amor
Tenho medo do que escreves sobre o amanhã
Nesse diário secreto da tua imaginação

Tenho tanto medo
Quando te vejo sentada no teu recanto
Longínqua deste mundo

Sabes bem que tenho medos
O que tu por certo não sabes
É que desses medos faço palavras

E dessas palavras a certeza
Da certeza a conquista
Da conquista o escudo para que o nosso amor resista.


Poeta de Rua J&H

Monday, December 04, 2006















Segue-me pelos meus lassos braços

Até onde te peço que me renasças

Com o teu ávido palpitar

Creio-te como as mãos

Que premem a ferida de uma criança

Desfolho-te como se augurasse conhecer-te

Página por página capítulo por capítulo

Segue-me insegura mas crente em nós

Que estarei esperando longe da ilusão

O soluçar das tuas palavras

Na hora que me incendiares o coração.


Poeta de Rua J&H