Mais uma vez
Me arrasto entre as cinzas
Dando tiros ao escuro
Como se fantasmas houvessem.
Mais uma vez
Sou escravo de mim mesmo
A sete palmos da terra
Há quem se ria ...
O grito preso na garganta
Os vermes que sedentos
Procuram o meu corpo
Procuram o veneno que é so meu.
Mais uma vez morri
Hei-de morrer tantas vezes
Quantas me deixarem.
Tudo será um pretexto para
Morrer
E mais uma vez sei
Que ainda estou vivo.
E se o amanhã vier
Certamente me deixarei
Morrer de novo.
A sete palmos da terra
Há quem se ria ...