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Saturday, December 03, 2011

Silicio


A palidez do meu rosto
contrasta com o mundo lá fora
enérgico vivo pulsante sufocante
Eu não quero pertencer a este ciclo
a este ócio mórbido a esta violência
que entorpece o corpo e a alma
Prefiro a brancura das quatro paredes
e a sua aparente calma estúpida calma
Lá fora todos se conhecem menos eu !!!
Eu não conheço ninguém
conheço isto que vejo e sinto
tudo o resto é metafóricamente andrógeno.
Há estátuas mais vivas do que eu.
Deixem-me já!!! ... que eu não temo a morte !!!!


Jean Herbert
03-12-2011

Tuesday, November 08, 2011


"A cidade está deserta,


E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:

Nas casas... nos carros... nas pontes... nas ruas...

Em todo o lado essa palavra

Repetida ao expoente da loucura!

Ora amarga! Ora doce!

Para nos lembrar que o amor é uma doença,

Quando nele julgamos ver a nossa cura!"

Ornatos Violeta



Thursday, October 27, 2011

Súplica


Tanto que te amei…


Dias houve em que te procurei apenas eu

E os meus passos em ruas desertas e ausentes

Como o frio de Janeiro

Dias houve em que me feri morri e renasci

Escravo de mim

Prisioneiro de todas as solidões

(e tu sabes que a solidão dói amor)

Tanto que te quis…

Rasguei minhas roupas e entreguei-me ao mundo

Na esperança dos teus braços encontrar

Lutei contra todos os fantasmas (outrora esquecidos)

E no fim deixei sempre o vento me levar

Procurei no brilho dos teus olhos

O reflexo dos meus

O fogo e o sangue que jorrava do teu peito

Quando te davas

Quando me dava

Quando me querias

Quando te queria



E no fim de tudo

Um grito de dor

Uma suave reminiscência

Um horizonte distante

Uma saudade dilacerante



Porque me deixaste amor?


Jean Herbert 27-10-2011

Saturday, October 08, 2011

A verdade absoluta transparente cristalina
é que errei na forma de te querer amor
misturei várias vezes amor e paixão na mesma cama
troquei-te por todas as virgens manhãs
dei rosas a quem não merecia
Dormi em todas as camas e todas elas solitárias
fragéis cansadas moribundas
Não censuro a forma crua do teu adeus
nem condeno o luar que te guiou para longe
tão longe que não sinto o teu perfume
A verdade meu amor é que os teus lábios
já não eram meus e nem os meus procuravam os teus
e nesta dança sangrenta nossas mãos foram rasgando
retratos cartas sonhos e promessas
Agora que a distância não é apenas uma palavra
e que a palavra não é apenas um encontro de letras
deixemos cair em nós a noite
deixemos as estrelas em paz
chegou a nossa hora
Adeus !


Jean Herbert 08-10-2011

Friday, June 17, 2011

Quem te disse a ti
que eu te esqueci?
Que sucumbi à taciturna
noite das memórias.
Que dei-me de beber à loucura
e as outras tantas mortes

Quem silenciou o teu coração?
Esse lugar de naufrágio
de tantas emoções

Como posso me ausentar
da vida, se na vida
a única certeza és tu ?

Quem te disse que parti
E não mais regressarei
se a minha ausência
é o teu chão?

Não te esqueci
Aprendi a viver sem ti !

Jean Herbert 16/06/2011

Wednesday, March 30, 2011

Rastejo pelos recantos mais sombrios
E em todas as esquinas te alcanço,
Uma sombra de fogo
Uma frágil silhueta

...(Não me vês? Humilhado e sujo?)

A cada movimento da tua boca
Procurando saborear o “não”
A cada gesto brusco a afastar-me
Do frio dos teus olhos,
Eu choro amor

Choro;
As horas que não nos demos
As mãos que não enlaçam
Os olhos que não viram
As bocas que não se beijaram
As noites frias e taciturnas
Os segredos prometidos
Os deuses outrora esquecidos
Os gestos escondidos
As recusas partilhadas
As palavras desperdiçadas



E choro aqui,
Perante este imenso oceano
Só aqui escondo as minhas fraquezas
Os meus medos e as minhas tristezas

O que te peço não são mundos
Não são contos de fadas
Nem promessas quebradas

Deixa cair como um manto de luz
Os teus olhos em mim…

(Já me vês? Humilhado e sujo?)


Jean Herbert

Friday, March 25, 2011

Ambos sabemos
Eu, tu e as estrelas
Que a secreta passagem entre nós
Ainda existe para lá da imaginação.

...Eu sei,
Tenho sido ausente e sofrível
Tenho sido agressivo para os teus olhos
Tenho negado a mim mesmo
Na esperança que me encontres.

E tu?
Tantas vezes um poema inacabado
Tantas vezes um soco no estômago
(E que soco…)
Tantas e tantas vezes um arrepio

E no entanto;
Por tudo que me deste
Por tudo que ainda não demos
Por tudo que me negas
Sou-te fiel.

Sou-te fiel
Porque me reconheço nos teus gestos
Porque viajo na tua presença
E em todas as cidades encontro a saudade

Sou-te fiel
Mesmo quando me ignoras
Porque o amor é paciente
Não tem tempo
Não tem horas…

Jean Herbert 25-03-2011