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Sunday, September 02, 2007












Ainda que a poesia não te encante

Será pela poesia que te irei dizer

Que és os versos dos meus dias.

Ainda que a distância exista;



E o rio persiga o mar,

O vermelho do cravo ou o azul do teu olhar.

Ainda assim quero te dizer

Que entre nós não há distancia;

A nossa distancia são dois segundos



Um em que te chamo no vento ,

outro que te sinto cá dentro.

E se duvidas houver sobre minhas palavras

Deixa-as morrerem em tua boca,

Essa boca de silêncios arrependidos

De sorrisos nunca esquecidos.



Dorme meu pequeno anjo

Amanhã será outro dia

E cá te espero;

Amando-te com a mesma alegria.



Poeta de Rua J&H

Tuesday, May 29, 2007

Preciso de ouvir
a palavra amor
letra por letra
escrito num muro qualquer
pintado numa tela envelhecida
pelas mãos do tempo.
Preciso urgentemente da palavra
Amor;
Se já cá não estiver,
escrevam nas tábuas do meu caixão
com todas as lágrimas, a palavra amor...

Poeta de Rua J&H

Thursday, April 26, 2007

Há quem se ria




Mais uma vez


Me arrasto entre as cinzas


Dando tiros ao escuro


Como se fantasmas houvessem.




Mais uma vez


Sou escravo de mim mesmo


A sete palmos da terra


Há quem se ria ...




O grito preso na garganta


Os vermes que sedentos


Procuram o meu corpo


Procuram o veneno que é so meu.




Mais uma vez morri


Hei-de morrer tantas vezes


Quantas me deixarem.


Tudo será um pretexto para


Morrer




E mais uma vez sei


Que ainda estou vivo.


E se o amanhã vier


Certamente me deixarei


Morrer de novo.




A sete palmos da terra


Há quem se ria ...








Sunday, April 22, 2007




Quando a criança te pedir

Um pouco de atenção, um gesto ou perdão

Quando seus olhos se encherem de lágrimas

E essas lágrimas forem doces gotas de inocência;

Para imediatamente, e escuta-o com toda a paciência.



Quando o seu sorriso sereno

Desenhar os contornos dos seus lábios

Quando a criança te pegar pela mão

Deixa-te guiar, há um jardim que so ele conhece.



Onde as flores não murcham

E os animais passeiam livremente,

Jardim onde a maldade não entra, o ódio não existe.

Jardim esse, que Homem não conhece...


Quando a criança te apertar em seus braços

E te oferecer um beijo sem fim ...

Alegra-te, pois Deus abriu-te as portas do jardim.



Poeta de Rua J&H




Friday, April 13, 2007

Amor e Absinto











Vi-te por entre janelas discretas

De onde namoram os poetas

Suas folhas e suas setas

Nas minhas mãos a sina dos profetas.






Não sei porque te minto

Se não o sei ao menos o sinto

Que queima cá dentro

Como na garganta o absinto.

E assim te invento


Fugindo das vozes que se escondem no vento;

Por detrás deste meu rosto pálido, um momento

Por recusares esta sequiosa boca

Que em ti vê o seu alimento.


Devoro-te de onde me encontro

Um lugar imundo, velho e desgastado.

Onde ratos e baratas passeiam livremente

Ninguém as mata.


Tenho esta cálice vazia

Os suores que percorrem a minha face

Pedindo mais e mais álcool

Se tu me conhecesses e eu coragem tivesse de te encontrar

Deixarias que o álcool me sufocasse?



Poeta de Rua J&H



Friday, March 09, 2007



Amor tu tens que ler
A poesia que te escrevo;
Não são mais que palavras
Talvez algumas loucas,
A bem dizer, são segredos
Das nossas bocas.

Que lugares existem?
Onde te vestes pela manhã?
Terá a tua pele o sabor da romã?

Amor tu não sabes quantos rios
Abraçam o mar;
Quantas margens não se beijam
E nós vivemos sem nos tocar !

Há nestes versos um misto de sentimentos
De razões e perdões;
Espero que leias este poema, ele é a realidade.
E os teus fantasmas, apenas alucinações.

Poeta de Rua J&H

Friday, February 23, 2007

Silêncio de novos Poetas .




Amanhã não haverá

Quem nos oiça

Quem nos escreva um poema difamante

Um chão de diamante

Ou o ar sufocante .


Amanhã não haverá medos

Novos ou velhos segredos

Na boca do silêncio;


Iremos recordar o ontem

Porque o amanhã chegará

E não haverá quem nos oiça .


Poeta de Rua J&H


Saturday, February 17, 2007









Abaixo à prostituição da poesia
Abaixo aos falsos poetas
Proxenetas das palavras
Putas da originalidade

Abaixo à rima emparelhada
Abaixo à boca sangrenta
Que cospe palavras desenhadas
Milimetricamente elaboradas;

Abaixo à mente corrompida
À podridão das mãos que escrevem
A mentira que é a sua poesia;
A que mata quem não é gente!


Abaixo aos traidores
Que compram versos no mercado;
Prefiro que as roubem
Já que se prostituem no local errado.

Morrer é pouco para vocês
Já que estão mortos desde que aprenderam
“I love you” em Inglês;
O “Je t ´aime” em Francês;
E o “ Vai-te embora “ em Português.

Raios! Não deixem morrer a originalidade.
Sequer deixem morrer o Português das palavras
Há coisas que não entendo, ou estou caduco ou morrendo
Está bem, está bem. Já sei, preferem um referendo?

Façamos as pazes com a poesia
Deixemos sonhar os que escrevem por amor à palavra
Mal ou bem haverá sempre alguém
Para salvar o que é nosso e de mais ninguém.

Abaixo à salada de frutas
Quanto mais não seja à sobremesa;
É indigesto comer o que é dos outros
Sejam originais, não sejam putas!



Poeta de Rua J&H














Dei-te o nome de rosa
Outro nome não te servira;
Tuas pétalas vestiam-se de azul
Eras rosa mas não vaidosa.

Dei-te o nome de rosa
Porque de outro modo não te conheci.
Não perguntei que outro nome tinhas
Que me importa? Não eras minha.

Todos os dias pela manhã
Beijava-te com olhos serenos;
Tinhas o rosto molhado;
Se havias chorado ou simplesmente o orvalho
Não sei...
Para mim eras rosa!

Parecias conhecer todas as luas
Todas as primaveras;
Todas as manhãs
E todas noites.

E a noite abraça as estrelas;
Quero lá eu saber o que fazias com elas
Eras rosa tão-somente rosa.

Dei-te o nome de rosa
Mesmo quando te vi criança;
E hoje sei que rosa não eras
Mas há sempre uma esperança

Que em mim serás sempre rosa.
Sempre rosa…


Poeta de Rua J&H

Thursday, February 08, 2007

Desenhei duas asas
E duas asas te ofereci
Quando o medo te assolar
Ou a dúvida te incomodar
Voa de encontro ao vento

Que estarei esperando por ti;
E quando me encontrares

Terei desenhado dois firmes pés

Para que juntos possamos caminhar
No jardim dos nossos sonhos.





Poeta de Rua J&H

Tuesday, January 30, 2007












Cala-te que me calo

No fogo que te queima

Eu me mato;

Ama-me que eu te amo

Nos lábios que fervem

Eu te chamo.

Diz-me que eu te digo

Que sem ti viver é um castigo.


Fala que eu falo

Que a doce melodia

São as vezes que te embalo;

Dá-me que eu te dou

A música que mais ninguém escutou.

Diz adeus que eu digo não

Viver sem ti é morrer de solidão.


Poeta de Rua J&H

Sunday, January 14, 2007















Procurei-te porque amo a vida
Para que me contasses
Que lágrimas são essas
Nesse rosto inocente.

Chorei de dor ao te escutar dizer bébé;
Que a tua mãe não te ama
Que ainda não sentiu o cheiro da tua pele
E já te repele.

Que não te escuta à noite
Quando chamas por ela;
E ouves os lamentos
De não seres desejado.

Ser inocente
Sei que não pediste para conhecer o mundo;
Não tiveste a alegria da escolha, nem a liberdade
De rejeitar que a morte, não seja a verdade.

Vejo-te brincar na minha imaginação
Com aquele sorriso terno e doce
Imagino-te a gatinhar pela casa
De olhos brilhantes.

Sei que choras em meu regaço
Fazendo-me sentir impotente;
Porque te amo vida
Porque te amo criança.

Dá-me um abraço
Prometo ao teu lado lutar;
Por palavras, por gestos, por lágrimas.

Deixa-me que te diga meu bébé
Apesar de o mundo ser amorfo
Eu juro-te que sou contra o ABORTO !



Obs: Não e não, não me ensinaram a ser criminoso !!



Poeta de Rua J&H
















Amor tenho ódio
Porque me falta tempo
Entre bocejos e gracejos
Para sorrir nos teus lábios.

Amor tenho culpa
De a minha alma ser aventureira;
E o meu corpo ser espada
E a tua alma cetim.

Olvidaste de viver
Sem a criança reguila;
E em ti poisaram as mãos cinzeladas
De Homens ébrios de dor.

Vi-te calcorrear o mundo
Numa sofrida angústia;
E calei o meu silêncio
Que agora te perdia.

Amor tenho horas por acontecer;
Dias por nascer, noites por morrer;

Mas amor mato-me hoje de amargura
Porque tenho ódio de ter ver assim;
Rosa despoetizada
Outrora versos de cetim.



Poeta de Rua J&H

Sunday, January 07, 2007











Este querer-te por desespero
Que trago na alma
É um ousar-te beijar
Em outros sonhos meus.

Que na morte há um fascinio
E na vida um espanto
No destino um desígnio;

Cheio de flores e frutos
Amantes do verde
Agarrados à vida
De olhos enxutos.

Poeta de Rua J&H

Saturday, January 06, 2007














Abraçais a terra com o sangue
Que escapa das veias;
Tombado sobre a pátria
Que amais;

Pela mesma pátria
Vi em seus olhos
Lágrimas de medo que
Pensei não existerem jamais

Mas sois de carne e osso
Vós sois fervoroso intrépido
Como o mar bravio;

Se alguém se lembrar
Da anacruse das suas marchas
Verás em meus pobres olhos
Meu combatente ,

O que mais ninguém viu.



Poeta de Rua J&H

Tuesday, January 02, 2007















Só há esta ponte
De secretas margens
Em que as faluas
Navegam à procura do Homem.

Que irá nascer morto
E condenado nas nossas mãos;

Mas a culpa é nossa
Somos o ventre
Egoista e asfixiante

Porque resignamos
A viver de esperanças
E esperançados vertemos
O cálice do sangue da ganância.

Mas hoje sou eu que
Imolo o meu corpo ao desconhecido
Embarco numa folha de papel;

E cruzo a ponte
À procura
De secretas margens ;

Posso não mais voltar
Olhando para trás e vendo o vazio
Irei sorrir chorando.

Porque sou o Homem
Entre os Homens.



Poeta de Rua J&H