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Sunday, October 30, 2005

Herança

Tanto tempo passou...
na memoria daqueles momentos
em que duas crianças
eram os olhos do mundo


Duas crianças a aprender a inocência
roubando o mistério
criando raizes, aquelas duas crianças
que nada diziam e muito lhes era pedido

Quando o tempo deixa marcas
de instantes passados
quando o mesmo tempo nos
dá a certeza que jamais voltam

Vazio e pesado
de um lado o mar do outro uma mão aberta
à espera daquela criança que mora na sua lembrança
....é esta a minha herança

Jean Herbert J&H

Saturday, October 29, 2005

Afortunado

Pobre de ti
que não procuras
quem te embale no seu colo
que te faça magia e nostalgia
apesar da tua fraca sorte

Pobre de ti
que aumentas o sofrimento
em cada passo
que da vida nada espera
no pobre casulo envolto
em seda

Pobre de ti
que o pó te cega...
o punho te magoa
a desilusão fria te fere a alma

Pobre de ti
que seguras as lágrimas ao
longo do dia
numa extraordinária capacidade de suster
o mundo nos teus olhos

Pobre de ti
que o desespero te assola
o mistério te consome
a razão dos dias abatidos
da tua existência...

Afortunado tu és
que teimas em viver...
... que fortuna é a tua coragem

Jean Herbert J&H

Monday, October 17, 2005

Retrato de uma Faculdade

São uns esqueletos com o absurdo das suas vidas
uns reis sem trono nem conquistas
uns escravos da sua mente
uma variedade de peças manipuláveis
são mentiras e rostos destorcidos
fardos de sem vergonha e inveja corrompida
São passos sem vigor nem pudor
uns dizem saber porque ali estão
outros apenas estão porque o estatuto lhes persegue
outros nem estão, fingindo estarem
por vezes ainda se houve uma gargalhada ao fundo do corredor
são amigos lá pensam os demais... e os que riem
serão os mesmos que atiram as pedras que encontram no seu caminho

Por vezes até falam em justiça, sabendo lá o que é ser justo
outros então escolhem a dedo a personagem que irão vestir
a pele que irão despir e a quem irão iludir
Há ainda aqueles que como rosas brotam no meio das ervas daninhas
que procuram por almas gemêas, pela verdade pela sinceridade pela amizade
esses que tantas vezes se fecham e choram por desilusão
Ah..., somos amigos, somos colegas nos bons momentos e nos maus
que pena que assim seja, porque
o fruto da amizade esse nunca chegara a ser plantado
em cada esquina há olhos que nos seguem, falando conspirando
a sua tese.
Podia perder aqui horas, dias e até anos mas perco uns minutos
a tentar pintar o quadro mais cinzento ... o quadro que a arrogância
e a intriguice pinta dia-a-dia.
Assim é... o corredor do snobismo.

Jean Herbert J&H

Sunday, October 16, 2005

Mundo meu...



Há quem não entenda e pregue uma risada
outros por momentos sentem saber o que sinto
da mais pura rosa e ténue sensatez
flácido rosto, impregnado de teorias e desesperos

Vazio, imundo e partido fugaz outrora incapaz
do que julgava ser o amanhã não se fez dia
novos caminhos apregoam os destinos
falsos profetas proclamam a verdade que desconhecem

Abarca-me tudo, o mau e o bom, a revolta e a justiça
O que bebo é angustiante e o resto derramado sera o rio
do que não pude conter, do idiota aos vossos olhos
do que fala por loucura e se rebela com as agruras

Fogo fátuo assim se apresenta o Homem
que por momentos e pacientemente teima em escrever
Há quem não entenda e pergunte porque escrevo tanto...
Escrevo para não morrer

Jean Herbert J&H

Thursday, October 13, 2005

Cansado...

Cansado do sono
cansado do sonho
cansado da vida
cansado de mim

Cansado das noites
cansado da madrugada
cansado da perenidade
cansado da efemêridade

Cansado da porta entre-aberta
cansado da tua ausência
cansado do medo sentido
cansado da coragem perdida

Cansado do sentimento obsoleto
cansado da dor no peito
cansado da falta de querer
cansado da rotina

Cansado do "olá"
cansado do "adeus! "
cansado de ser
cansado de existir

Cansado de dias assim..
cansado de me sentir assim
enfim, cansado do proprio
Cansaço ...

Jean Herbert J&H

Wednesday, October 12, 2005

Apaixonados... mas Amantes


(...) Posted by Picasa

As nossas mãos unidas numa sintonia
perfeita, nossos olhos brilhando
ardentes de desejo, dos suores que
deslizam ao som da respiração ofegante

Corpos colados numa simbiose divinal
a metamorfose do instante percorrendo
o corpo trémulo
a verdadeira e imparcial vontade

Dos labios que ao morder soltam
gemidos que ecoam em mim
os meus ouvidos apalpam da tua voz
o coração acelerado se precipita em ti

Nesta cama em que nua e possante
violas as minhas intimidades
perdes a razão e o oculto mistério
rasgas o que resta da pouca loucura

Neste pedaço que é so nosso
assim te tenho, assim me tens
um só percorremos todo o universo
despoletando o grito que nos trará de novo à Terra

Fazendo de nós cegos mas conscientes
loucos mas sádios
apaixonados... mas amantes

Jean Herbert J&H

Monday, October 10, 2005

Conto Contigo

Conto contigo para seres o meu trunfo
a dança dos passos errantes
a chuva que entorpece o rosto
os nossos beijos marcantes

Conto contigo nesta desordem
em tentar clarear a noite que
se abateu em pleno dia
ao arrastar o que se arrasta em mim

Conto contigo nesta luta
em que os vencidos agradecem
e os vencedores sacodem a poeira
da batalha que não existiu ao nascer da primavera

Conto contigo neste alento
força que me crava o espinho
do teu toque, do teu carinho
da tua penumbra no sucumbir do tempo

Nem que mil mundos se afastem
o sujeito te agoire e a coragem se perca
a miséria te alcançe na ausência de um amigo
faço sangue a minha marca para dizer

Que conto contigo ...


Jean Herbert J&H

Sunday, October 09, 2005

Mar Calado

Nem no silêncio existe dor
e o que existe consome-me...
largo a minha vida ao acaso aos lamentos
das ondas que na praia morrem

Vulgo ser, assim me faz sentir
lanço o meu grito ao mar calado
nada oiço, nada me é dado
e o que me penetra é vazio é triste

Colho uma concha tento no desespero
roubar um segredo, uma confissão
lanço-a de seguida ao mar num desalento
ela não me pertence e o seu silêncio
ficou na minha mão

É neste silêncio
que a dor não procura e a indiferença
adormece.
É neste pedaço de sonho que tento conquistar
As palavras que perco sempre que contemplo o mar


Jean Herbert J&H

Thursday, October 06, 2005

Testemunha Silênciosa

Sinto-me bem, sinto-me feliz
nada do que faça encontra o medo
não tenho receios nem desassossegos
não há desconforto neste petiz

Sinto-me tonto de olhar o céu
sou tolo porque sigo o teu voar
danço com as nuvens e acordo ao luar
agarro as estrelas e o teu véu

Naquele muro rabisco o teu nome
faço dele a testemunha silênciosa
planto a semente naquele jardim
a incerteza, essa já não tem espaço em mim

Fecho os olhos e alcanço o horizonte
sinto o cheiro a maresia
fujo para lugar incerto
na incerteza de que o incerto será o mais certo

Hoje é o dia que me sinto a mim
que a vontade de sorrir se torna capaz
mas amanhã... esse amanhã que tanto acontece
fará de mim de novo um ser que por ti padece


Jean Herbert J&H

Wednesday, October 05, 2005

Dar e Receber

Com o meu canto
Eu quero lhe encantar
Lhe embalar com o meu som
Embriagar
Fazer você ficar feliz cantarolar
La la la la, la la la la, la la la la
Capitando a energia
Desse seu lá lá lá
Sigo a filosofia
Que é do receber e dar
Eu quero dar, eu quero dar, eu quero dar
E receber, e receber, e receber
Fazer, fazer
Me refazer fazendo amor
Sem machucar seu coração
Sem me envolver
Mas se você se apaixonar
Me quiser numa total
Vai ter que ficar comigo
Coladinho em meu umbigo
De maneira visceral
Vou expor minhas entranhas
Lhe darei muito prazer
E bem prazerosamente
Vou abrir mão dos meus sonhos pra viver só por você
Eu quero dar, Eu quero dar, Eu quero dar
E receber, E receber, E receber
Fazer fazer, me refazer fazendo amor
sem machucar seu coração sem me envolver

Cantado por Martinho da Vila e Kátia Guerreiro
Esta musica traduz um misto de sentimentos e sonhos, que embora não seja o comum nos nossos dias reflecte muito bem o que é amar, é dar e receber sem "machucar". Tal como ela é linda assim deve ser a nossa vida, carregada de amor sabendo abdicar de alguns sonhos pela pessoa amada, sabendo sobretudo dar e receber sem machucar
Jean Herbert J&H

Tuesday, October 04, 2005

Não me guardes

Não me faças as vontades nem realizes os meus sonhos
faz da realidade o novo dia
e da paciência o livro aberto
da coragem a nossa monotonia

Não guardes os meus retratos nem apagues as velas
onde me sento existe espaço para teu colo
não é que guarde rancor ou mágoa
não é que te queira roubar a virtude

Não chores o vazio do momento
será meu peito que o sentirá
serão tuas lagrimas o meu berço
não é nada disto que eu mereço

Jean Herbert J&H

Monday, October 03, 2005

Loucura cega

Não é porque fica bem um sorriso nas palavras
nem um olá escondido no adeus
é porque a verdade sou eu e a mentira nós

Postrar-me sobre o chão que acendes
com o teu caminhar, magoa até
a criança que nela se vai deitar

Não quero saber se foi ontem ou hoje
quero a verdade nos teus olhos
o mais breve e saudoso abraço

Fazer de mim a loucura cega é impossivel
sou louco o quanto baste
mas vejo o que cansa a minha alma

Os outros que falam pouco ou nada sabem
saberão por certo o que os teus dedos indicarem
meu silêncio na minha boca será ferida neles

Nem adianta quererem travar a marcha das palavras
elas são minhas e delas faço o meu escudo
vivi na tua presença, hoje sou o poeta mudo ...

Jean Herbert J&H

Condição Humana

Pela primeira vez, ousei e aventurei a escrever não aquilo que para muitos se torna objectivo, mas sim o invisivel aos olhos do comum dos mortais..., a subjectividade patente neste texto, reflecte em si mesmo A Condição Humana.

Quantos de vós não caíram na tentação de se questionarem sobre situações aos quais são confrontados ? Certamente, ja estiveram com questões pertinentes tais como : "Será que mereço ?" ou " O que fazer ? " e até mesmo, " Porquê ?" .

Concerteza, muitos de vós estiveram em situações acima descritas quem sabe que tal como eu escreveram-me em seus diários o que vós ía na alma ....ou apenas sentiram e silenciaram.

Somos vulneráveis seres, entregues a uma escola, que educa segundo regras rigidas e aos quais estamos condicionados. A escola denominada VIDA tem muito que se lhe diga, tanto nos ensina a sorrir como a chorar, a amar ou a odiar, somos frutos do nosso Destino.

Mas será mesmo que temos um Destino ? Estamos condicionados a estar sobre um Destino ? Quando sofres, será que poderia ser evitado? Ou, simplesmente estava Destinado ? Não aceito nem me conformo que algo chamado Destino controle e encaminhe a minha vida. Senão seremos prisioneiros da nossa Condição Humana a condição que diz que somos seres livres e pensantes .

Ao estarmos destinados a algo estaremos a ser livres e pensantes ? Não creio...Então amigos e amigas pergunto-vos ... o que é feito da Virtude Humana se estamos e agimos como seres condicionados ? Viver será uma prisão com tempo limitado? Ou poderemos um dia quem sabe quebrar as grades e construir um mundo onde amizade e o amor impera ?

A nossa Condição Humana é apenas aquilo que se apresenta sobre a forma de Vida.

Jean Herbert J&H

Saturday, October 01, 2005

Veja Bem, Meu bem


Sinto te informar
Que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está
Quando você sai
Eu só posso crer
Pois sem ter você
Nestes braços tais

Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver
Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins

Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais
E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração
Neste leva-e-traz

Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado saudade

Maria Rita - Veja Bem, Meu bem
Deram-me a conhecer esta música desta grande Cantora e rapidamente me apaixonei pela letra, penso que a Saudade é companheira de todos nós e onde houver recordações e ausências, existira sempre Saudade.
Jean Herbert J&H