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Wednesday, November 30, 2005

A outra face da Lua

Tal qual o nascer de um novo dia
é brilhante a cada momento o
pequeno gesto, nada nos perturba, nem nos fere
somos imensos, somos a Lua Cheia

Em momentos menos audázes, sentimos
pedaços de nós, desoládos,pequenos, consumidos pl'as
incertezas, cobertos pelo sal das lágrimas
é neste nosso pedaço que somos Quarto Minguante

Como se inato fosse, a nossa motivação cresce
mesmo com o despontar de nuvens negras, timidamente
como a maré que muda ao sabor da Lua, assim é minha
e tua a força que emerge,somos assim o Quarto Crescente

E numa perfeita simbiose de um espectáculo
único e raro, a metade que nos completa se
entrelaça em nós, num jogo pleno de amor
é o privar de dois amores é o Eclipse

O sorriso da metade que parte em nós
deixando sempre um amor imenso e uma
esperança capaz de remar à nossa felicidade
faz-nos ser a imagem de uma Lua Nova

Assim se sucede a um ritmo alucinante
o carrossel da vida, é desta forma
que alcanço a outra face da Lua

Jean Herbert J&H

Tuesday, November 29, 2005

O Beijo

A imensidão da tua mão no meu rosto
A calma melodia que a tua voz entoa
o desperdicio dos momentos não passados
são retratos dos nossos corpos vertidos em paixão

Surge-me pensar nas palavras que a tua boca me rouba
do momento que quero falar e falado está em ti
como se por magia a nossa plena sintonia
abrisse em flôr aos nossos olhos

Assim pela saudade que mata
a ilusão da mágoa sofrida
pedes em doce carinho
um beijo do adeus

É o mundo a partir, o chão a ruir
saber que da tua ausência, será eterna melodia
que do teu toque, o frio das minhas noites
Não! O beijo do adeus será recusa em mim

Jean Herbert J&H
Dei por mim em tempos recentes, a pensar como é doloroso o adeus ou mesmo o até já daqueles que mais fazem sentido na nossa fugaz existência e resolvi tentar escrever .

Saturday, November 26, 2005

A cidade...

Já se calaram as vozes, é meia-noite
o silêncio moribundo
entre quatro paredes, as luzes
de um carro vádio, desperta a minha atenção .

Dois passos em sintonia vagueiam pl'as ruas
desertas, o frio que existe fora de mim
o ar húmido carregado de penumbra

Ao longe contemplo a lua que parece
dormir por entre as nuvens, tudo é tão calmo...
o despertar de um insecto, o mover de um ramo partido
numa meia-noite perpétua.

É a transição das almas perdidas, dos que agora dormem ausentes
do exterior...

Lanço um breve olhar sobre a varanda descoberta de um pobre
velhote, moribundo também, tal e qual a meia-noite que abraçou o dia.
Jogo fora o cigarro pestilento mas reconfortante e lentamente afasto-me
da janela e a cidade adormece com o bater das minhas pálpebras
Jean Herbert J&H

Monday, November 21, 2005

Filho da Rua ...

Porque choras?
o frio que gela o teu rosto
o aperto da tua barriga vazia

Tens medo do silêncio destes dias?
Ninguêm te segura a mão calejada
e te ajuda a levantar

Tens fome ? Fome de um mundo melhor?
que te prometeram e não cumpriram
da saudade de não teres nascido

Tens sede? Sede de justiça e igualdade?
a àgua que bebes não te saceia?
queres fugir meu anjo

Dorme num pequeno recanto
de uma rua qualquer, não pediu p'ra nascer
o menino que não sabe ler nem escrever
que apenas precisa de pão e de amor

Já sei meu anjo, já sei porque choras...

Escrevi este pequeno poema ou texto, para que em cada momento, cada época como a natalícia, possámos reflectir que muitos vivem do nada e outros tantos disfrutam do tudo.
Saibamos chorar todos os dias em silêncio, por dentro, pedindo e implorando aos mil ventos que nunca esqueçamos de que há quem não tenha nada.


Jean Herbert J&H

Sunday, November 20, 2005

Quem nos aprisiona?

Quando me deito a pensar no que
me escapa ao longo dos anos
vejo que a dor me persegue
e a aprendizagem o acompanha

Penso e repenso nada é tão
triste e ao mesmo tempo agradável
podermos pensar livremente, alterar,
criar e adormecer tudo em nossa mente

Quem nos aprisiona?
Não existem grades nem limites
não há barreiras nem fronteiras
pensar é vestir e despir a nossa alma

Podem ferir, podem magoar
nada podem ao que flutua na minha mente
ninguem o pode deter

Podem inclusivé, punir o meu corpo
fustiga-lo com ódio e desamores
cravar em meu peito duras palavras
roubar dos meus olhos o sal das lágrimas

Mas pensando serei sempre a aurora
de uma primavera
a liberdade de um passáro
o sonho de uma criança

Jean Herbert J&H

Wednesday, November 16, 2005

É necessário

Silêncio
preciso de escrever
não quero ouvir nada que não seja teu
apenas o luar espelhado em ti
quero escutar o mar e o que ele me segreda

Silêncio ...
preciso de escrever
quanto mais não seja uns parágrafos perdidos
pequenas peças soltas, umas letras solitárias
necessito ser poeta

Silêncio
preciso de escrever
que a criança já dorme na sua inocência
e que eu aqui me consumo, porquê o medo
me atrapalha, eu que tanto preciso escrever


Jean Herbert J&H

Saturday, November 12, 2005

Ajuda-me

Ajudas-me ?

Ajuda-me a sorrir ao acordar
a viver antes de nascer
a construir um pedaço de chão
por onde os meus filhos irão pisar

Ajuda-me a sentir os teus estimulos
o teu abraço, o teu conforto
a prisão dos teus braços
a pequena sensação de espaço

Ajuda-me a caminhar por entre os
teus sonhos, a ser o alicerçe
das tuas ideias, o papel e os
teus rabiscos

Ajuda-me a morrer em ti
de tal forma que so renasça
p'ra ti, que viva em ti

Ajudas-me a sentir o que nunca senti?
Jean Herbert J&H

Friday, November 11, 2005

Explica-me ...

Explica-me como é possivel
Que me faças sentir uma porção de coisas
E ao mesmo tempo sentir-me leve sem ti

Explica-me como se faz a noite no teu olhar
Como guardas as estrelas em cada pedaço
Como reflectes o mar em cada traço

Explica-me onde te alcanço
Cada vez que de ti bebo
Cada momento que em ti adormeço

Explica-me este sentimento
Que me prende a ti
Que vigora em mim

Explica-me porque sou pequeno
Na tua ausência e gigante na tua presença

Explica-me porque não adormeço
E o sono relutantemente se esconde
E a saudade me invade

Explica-me porque te amo tanto
E não te tenho
Porque respiro do mesmo ar
E não te sinto

Explica-me o futuro que me aguarda
Se ainda te verei em mim
Se serás prisioneira no meu peito

Explica-me onde o teu rio desagua
Onde posso beber da tua fonte
Em que mar te encontro

Explica-me pedaço de ceu
Se a lua te pertence
E se o meu caminho iluminas

Explica-me as minhas dúvidas
Explica-me musa este mistério sem fim
será insónia ou o amor em mim ?
Jean Herbert J&H

Saturday, November 05, 2005

Não creio em mais nada


Já não tenho nada em mim
do que sobrou foi arrancado do meu peito
sangra sobre a dor fulminante
é um coração ferido

Sangra sem parar , suas lágrimas escrevem
teu nome e tuas últimas marcas
Não creio em mais nada nem no sentimento
cruel que me abandona sem razão

É um vicio querer sempre acreditar
que a felicidade ainda existe
que a solidão é mais um capitulo de
um livro esquecido

Que tolo sou quando sentado
repito que a vergonha de perder não
me assusta, que tolo sou por saber
que isso me apavora

Repito que não me assusta
que não o temo..
mas perder é sempre a derrota
de um sonho

Perdido sem me conter
sangra sem cessar o coração de poeta
ferido, moribundo, magoado
ao saber que há um vazio desse lado
Jean Herbert J&H

Thursday, November 03, 2005

Vagabundo ...

Cambaleando pelas ruas sou
um muro de ternuras, aparto de mim mesmo
e declaro à lua do sonho que se fez
do perdão que mereci

Troco passos e tudo me é estranho
ao mesmo tempo ressoam os sinos
de uma qualquer igreja
será o anunciar do pecado ?

A verdade é que me perdi e não
me axei, que te encontrei
e deambulo louco vagabundo
rindo, chorando murmurando

O pássaro que teima em chilrear
fazendo-me lembrar outrora
do sossego dos teus braços firmes
da saudosa paixão entregues no teu beijo

Sou todo meu e nada roubei
sou patético e vivo sem rumo
errante, cambaleando
porque o sol apressa-se em acordar

Em plenos pulmões
expulso o que me vai na alma
sou um vagabundo perdido
um pedaço de trapo

Já nada segura este vádio
nem a sua fé nem o seu fulgor
cambaleando e sorrindo
assim vive o "vagabundo do amor"


Jean Herbert J&H

Tuesday, November 01, 2005

Um dia violento

É o dia violento que me faz sentir assim
que queima os teus retratos
outrora em meu regaço, é o dia violento
que irrompe p'la janela e se deita na minha cama

Que violento se tornou este dia
capaz de ferir de consumir o próprio ar...
que sufoco, lá fora nada se passa
tudo é estático e petreficado

Violência que não se vê
apenas sente-se o que ela me trás
é um quarto vazio um corpo dormente
um sem-número de sonhos alvejados

Que violento se tornou este dia
que fraco me tornei ao senti-lo
sem forças
nada ao redor me convence

Foi o teu adeus que não pude responder
que me atirou ao sabor deste dia
onde nem a saudade de um sentimento
consegue afastar da minha vida
.....este dia violento.


Jean Herbert J&H