Se me pedires que te faça
Um verso ou uma rima
Ou até mesmo um poema
Juro que não o farei.
Juro que irás verter o ódio
Sobre mim e até pragas
Me irás rogar;
Mas não o farei.
Não me recordo do que escrevo
Se tem versos ou rimas
Duas almas ou uma solidão
Um medo e uma paixão.
Não me perguntes o significado
Das palavras ou até mesmo
Em que dicionário as encontras
Juro-te que não sei...
Se construo palavras sobre palavras
Como um lego da imaginação
Se ostento a vaidade na poesia
Trazendo recortes artificiais
Se assim for deixarei de escrever
E nem tu saberás onde me achar;
Estarei no vôo livre de um passarinho
Na inocência de uma criança.
Porque a poesia não deve ser artifical.
Pois o amor não é artificial
Nem a amizade
Nem o carinho.
A poesia tem que ser a boca
Dos que estão amordaçados
Deve ser os olhos de quem está vendado
As maõs de quem está aprisionado.
Por isso não te escrevo o que me pedes
Nem rimas, nem versos.
Nem a poesia te dedico
Porque no dia que me recordar
Do que escrevo e das palavras que
Transformo em gotas de orvalho
Juro-te que nesse mesmo dia
...Estarei morrendo na poesia.
Poeta de Rua J&H
Porque me senti doente e com fome, resolvi me curar saciando-me novamente das palavras.