Total Pageviews

Sunday, October 29, 2006

Portugal de Poetas




















Conquistamos um País
De habitantes
Incertos,
De credos e descrenças.

De valentes
E destemidos guerreiros,
Que na hora incerta
Desvirginaram mares.

Fomos amados,
Por um País
Que incendiou-nos
Esta paixão de poesias de
Boca em boca, de amizades e
Amores cantados.

Sim! Fomos amados.
E mesmo que,
Gerações futuras nos,
Esqueçam em recônditos
De um futuro ausente de Poetas;

Este País terá na terra
O aroma doce, dos que morrendo
De ternura,
Fizeram Portugal,
A poesia das suas vidas !


Poeta de Rua J&H

Saturday, October 28, 2006

Mistifório





















Cravos que roubei à terra e
Sepultados nós estamos,
Perante a rotina
que nos deixou viver
do pasmo.

Gerámos uma
Semente orfã da terra
De sede e àgua.
E no lodo vivemos
De ébrios pensamentos.

Quisemos mandar em
nossas bocas,
Cuspir o sangue de sonho,
Das batalhas que vencemos.

Cansados pousamos,
As armas que não existiram.
Presos por cordas nascemos,
Recusando a morte consentida.

Dos sinos que entoam
Ferimos de espanto,
As asas que não viram,
Quem nos feriu a vida.





Poeta de Rua J&H

Friday, October 27, 2006

Porque é tão dificil
Viver do nada que temos,
Das horas que passam,
E morrem na memória.

E no final
Não é nossa, a vitória.
Nem a glória vã.
Seremos cataclismos,
De uma fábula qualquer.

Porque é tão
Dificil acreditar no amanhã,
No monstro que não existe.
E sermos nós ...



Poeta de Rua J&H

Wednesday, October 25, 2006
















Que seja intenso
Enquanto dure
E se não for intenso
Que seja verdadeiro
E se não for verdadeiro
Que seja mágico
Um lindo arco-íris
De sentimentos
Se não for mágico
Que aprendam a chorar
Se não for doce como o mel
Que seja amargo como o café
E se não puderem ver
Que aprendam a sentir
Se não conseguirem sentir
Curem a vossa cegueira
Porque cegos são aqueles que
Perderam a noção da sua própria
Cegueira interior.
Se no final a primavera não florir
Aguardem o pôr-do-sol do verão
Se mesmo assim não vos bastar
Colham as folhas secas do Outono
E escrevam sobre frio do inverno
Sejam cúmplices as vossas mãos
E se não forem
Adoeçam de uma cura indesejável
Sejam rebeldes
E se não forem
Sejam crianças
E no final se souberem recordar
Saberão que valeu a pena amar.



*Aos que se amam e pelo amor querem sempre mais, aos que procuram e pelo amor encontram sempre mais, que no final valha sempre a pena.


Poeta de Rua J&H

Sunday, October 22, 2006
















Se te amar
Saberás quando no anoitecer
A lua invadir o teu quarto
Beijando os teus pés

Se te procurar
Ouvirás um longinquo cantar
Vindo do horizonte
Trazido pelo vento agreste

E nem por um segundo
Irás querer me conhecer
Talvez por medo do desconhecido
Medo de querer e já ter perdido

Se te esquecer
As estrelas tambem
Te esquecerão
E tu conhecerás o adeus

Se chorar amor
Não será pelo querer-te
Amar-te ou versar-te

Se me vires
Num acaso qualquer
Pergunta-me amor porque existo
Que te direi num momento

Que é por este sentimento ...

Poeta de Rua J&H

Friday, October 20, 2006

Per voi
















Per voi faccio la luna baciare il sole
Il vento baciare il mare
E la notte fa la vostra faccia

Per voi compro l'oceano
Nei timori del mio cuore

Per voi dò la mia anima
Per vederli appena

Sono il vostro schiavo
lasciare il sogno nel vostro cuore.


Poeta de Rua J&H
Tentei escrever algo em Italiano, com ajuda de algumas ferramentas, saiu isto :)

Thursday, October 19, 2006

Luas



Ando num rodopio constante
Sobre um sentimento paradoxal
Que entristece todas as madrugadas
Quando as insónias invadem o meu quarto

Sou a imagem de um grave delito
E antes de cumprir a minha pena
Infligi aos meus olhos
O segredo desta minha mortificação efémera

Tudo por culpa minha e tua
Por nossa permanente culpa
Ausente de mágoas e razões
Despida de ódios e desamores

E trazendo à memória
Fragrâncias de um Outono
Que chegou a percorrer a minha boca
Obrigando-me a queimar os meus lábios
Com o teu nome

Tu viste-me partir de mim mesmo;
Agora que conheces as ruas que habito
As luas que me seguem
As sombras que me perseguem

Irás profanar todos os meus segredos
Todas as minhas confissões
Tentando saber se existes
Entre todas as minhas paixões .

Poeta de Rua J&H

Wednesday, October 18, 2006

Não me ensinaram a perder

Não me ensinaram a perder.
Sei por certo que é chuva
O que bate na vidraça
Dando-me esta melancolia inquietante;

Aceito-te, sei que não és tu
Não irei achar-te, bem sei.
Se alguém me tivesse ensinado
Poderia eu beijar o solo sem medo.

É engraçado que ainda beba
Este vinho e curiosamente
Neste cálice de amargura
E lá fora mecanicamente tudo aconteça.

Talvez sou parte
Que o mundo rejeitou
O anel dos amantes sequiosos.

Talvez seja eu que bebendo
Deste vinho e escutando aquela melodia
Me sinta inutil e sofredor.
Não me ensinaram a perder...


Poeta de Rua J&H

Tuesday, October 17, 2006

Naturalmente














Se me pedires que te faça
Um verso ou uma rima
Ou até mesmo um poema
Juro que não o farei.

Juro que irás verter o ódio
Sobre mim e até pragas
Me irás rogar;
Mas não o farei.

Não me recordo do que escrevo
Se tem versos ou rimas
Duas almas ou uma solidão
Um medo e uma paixão.

Não me perguntes o significado
Das palavras ou até mesmo
Em que dicionário as encontras
Juro-te que não sei...

Se construo palavras sobre palavras
Como um lego da imaginação
Se ostento a vaidade na poesia
Trazendo recortes artificiais

Se assim for deixarei de escrever
E nem tu saberás onde me achar;
Estarei no vôo livre de um passarinho
Na inocência de uma criança.

Porque a poesia não deve ser artifical.
Pois o amor não é artificial
Nem a amizade
Nem o carinho.

A poesia tem que ser a boca
Dos que estão amordaçados
Deve ser os olhos de quem está vendado
As maõs de quem está aprisionado.

Por isso não te escrevo o que me pedes
Nem rimas, nem versos.
Nem a poesia te dedico

Porque no dia que me recordar
Do que escrevo e das palavras que
Transformo em gotas de orvalho
Juro-te que nesse mesmo dia

...Estarei morrendo na poesia.


Poeta de Rua J&H
Porque me senti doente e com fome, resolvi me curar saciando-me novamente das palavras.