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Saturday, October 29, 2005

Afortunado

Pobre de ti
que não procuras
quem te embale no seu colo
que te faça magia e nostalgia
apesar da tua fraca sorte

Pobre de ti
que aumentas o sofrimento
em cada passo
que da vida nada espera
no pobre casulo envolto
em seda

Pobre de ti
que o pó te cega...
o punho te magoa
a desilusão fria te fere a alma

Pobre de ti
que seguras as lágrimas ao
longo do dia
numa extraordinária capacidade de suster
o mundo nos teus olhos

Pobre de ti
que o desespero te assola
o mistério te consome
a razão dos dias abatidos
da tua existência...

Afortunado tu és
que teimas em viver...
... que fortuna é a tua coragem

Jean Herbert J&H

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